ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 12-11-2015.

 


Aos doze dias do mês de novembro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Dinho do Grêmio, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Séfora Gomes Mota e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Ezequiel, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 236/15 (Processo nº 2414/15), de autoria de Alberto Kopittke; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 028/15 (Processo nº 2473/15), de autoria de João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Legislativo nº 234/15 (Processo nº 2381/15), de autoria de Mauro Pinheiro; o Projeto de Lei do Legislativo nº 196/15 (Processo nº 2014/15), de autoria de Mônica Leal; o Projeto de Lei do Legislativo nº 159/15 (Processo nº 1722/15), de autoria de Reginaldo Pujol; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 228/15 (Processo nº 2299/15), assinada por Fernanda Melchionna, Prof. Alex Fraga, Paulinho Motorista, Alberto Kopittke, João Bosco Vaz, Mônica Leal, Sofia Cavedon, Séfora Gomes Mota, Jussara Cony, Rodrigo Maroni, Airto Ferronato e Marcelo Sgarbossa. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Carlos Joel da Silva, Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul – FETAG-RS –, que discorreu sobre a Feira da Agricultura Familiar no Largo Jornalista Glênio Peres. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Airto Ferronato. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Idenir Cecchim, Guilherme Socias Villela, Sofia Cavedon, João Ezequiel e Jussara Cony manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e cinquenta e quatro minutos às quatorze horas e cinquenta e cinco minutos. Após, o Presidente registrou o COMPARECIMENTO de Izabel Matte, Secretária Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento, concedendo-lhe a palavra a fim de discorrer acerca de ações desenvolvidas pela Secretaria pela qual é responsável. A seguir, Mônica Leal, João Ezequiel, Kevin Krieger, Alberto Kopittke, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely, Dr. Goulart, Jussara Cony e Sofia Cavedon manifestaram-se acerca do tema em debate. A seguir, o Presidente concedeu a palavra Izabel Matte, para considerações finais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Sofia Cavedon, Delegado Cleiton, Tarciso Flecha Negra, João Ezequiel, Jussara Cony, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Clàudio Janta e Kevin Krieger. Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 1218/15, do Prefeito, informando que se ausentará do Município das dezenove horas e trinta e quatro minutos do dia treze de novembro às dezessete horas e cinquenta e dois minutos do dia dezessete de novembro do corrente, para participar como painelista do Fórum Vida Urbana, em Belo Horizonte – MG. Durante a sessão, João Carlos Nedel, Clàudio Janta e Kevin Krieger manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezesseis horas e quarenta e oito minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para sessão extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos por Mauro Pinheiro, Paulo Brum e Waldir Canal e secretariados por Waldir Canal. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje terá a presença da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul, Fetag-RS, que tratará de assunto relativo à Feira da Agricultura Familiar no Largo Glênio Peres. O Sr. Carlos Joel da Silva, Presidente da Fetag-RS, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. CARLOS JOEL DA SILVA: Boa tarde ao Presidente desta Casa, Ver. Mauro Pinheiro, e, em nome do Presidente, saúdo todos os Vereadores e Vereadoras desta casa. Quero saudar também o diretor da SMIC, o Antonio Bertaco, que está aqui, e também o assessor do Deputado Estadual Elton Weber, o Airton, e saudar as senhoras e os senhores que estão hoje aqui participando desta Sessão.

Quero desde já agradecer à Câmara pela cedência deste espaço à Federação. Queremos apresentar, neste momento, quem somos para que os Vereadores e as Vereadoras possam conhecer um pouco mais a Federação.

 

(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)

 

O SR. CARLOS JOEL DA SILVA: A Fetag tem a missão de coordenar e mobilizar a categoria dos trabalhadores rurais a partir do programa Sentidos e Vividos, centrando a ação na construção de um modelo alternativo de desenvolvimento, tendo presente a organização e o crescimento da consciência de classe, cujo objetivo maior é uma sociedade mais justa e igualitária. Essa é a nossa missão.

A Fetag está hoje espalhada no Rio Grande do Sul com 350 sindicatos de trabalhadores rurais mais 122 extensões de bases, distribuídas em 23 regionais e em 472 Municípios do Rio Grande do Sul. Representamos em torno de 1,5 milhão de agricultores e agricultoras familiares e de assalariados e assalariadas rurais.

Para os Srs. Vereadores terem conhecimento, a agricultura familiar no Rio Grande do Sul é, em número de produtores e de propriedades, muito maior que a patronal. Temos, no Rio Grande do Sul, hoje, um total de 441.467 estabelecimentos rurais; 86%, ou seja, 378.546 são da agricultura familiar.

Qual a importância socioeconômica dessa agricultura familiar? Ela é geradora de emprego, não é mais aquela agricultura familiar que, como todos achavam, era uma agricultura de subsistência. É uma agricultura que emprega, e emprega muito; é forte produtora de alimentos e também de energia; e, além disso, preserva muito o tecido sociocultural do meio rural – e nós precisamos mantê-lo.

Acho que esta é uma grande diferença entre a agricultura patronal e a agricultura familiar: a agricultura patronal usa a terra para produzir; a agricultura familiar, além de usar a terra para produzir, usa a terra para morar e para viver. Para vocês terem uma ideia, eu falava ali que a agricultura familiar emprega, mas também gera ocupação no campo. Enquanto, em cada 100 hectares a agricultura patronal gera 1,7 emprego, a agricultura familiar gera 15,3 ocupações.

Não vou me estender muito, mas, para os senhores analisarem, hoje, a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos que vão a nossa mesa a cada refeição que fazemos. Então ela tem uma importância enorme, não estando centralizada na produção de comércio, mas em cima da produção dos alimentos. Também queremos lembrar aqui que a nossa agricultura familiar está se desenvolvendo muito com as agroindústrias; quer dizer, produzir e agregar valor a nossa produção. Aqui (Referindo-se à apresentação em PowerPoint.), temos alguns exemplos de produtos produzidos por essa agricultura familiar, que agrega valor, gera renda e gera emprego. E, quando falamos em gerar renda, ela gera renda para as famílias e para o comércio local; além disso, gera empregos nos comércios dos Municípios da região e do Estado.

Aqui, também, a Fetag tem uma participação muito forte, com essas agroindústrias, nas feiras. Muitos de vocês já devem ter participado ou visitado, na Expointer, em Esteio, o pavilhão da agricultura familiar. É um dos pavilhões mais visitados na feira da Expointer e em todas as feiras que têm pavilhão da agricultura familiar, que, de longe, é o pavilhão mais visitado. A Fetag organiza, junto com outras entidades e com a Emater, a possibilidade de os agricultores estarem presentes nessas feiras. Essas feiras servem para o produtor expor o seu produto para as pessoas do meio urbano que vão lá comprar. Com isso, vão estar vendendo um produto de qualidade diretamente para os consumidores, a um preço acessível. Vai estar também tendo retorno financeiro, agregando valor ao seu produto, mas também vai estar oferecendo um produto de qualidade, um produto orgânico para os nossos consumidores.

Existem algumas feiras que a gente participa desde 1999; começamos muito pequenos na Expointer, e atualmente participamos das principais feiras, como a Expoagro, a Afubra em Rio Pardo; a Festa da Uva, a Exposol, a Expodireto em Não-Me-Toque, a Fenasoja, a Fenamilho, a Expovale, a Feisma de Santa Maria, a Expobento, a Expotchê, que é uma feira dos gaúchos lá em Brasília - os nossos agricultores irão para lá, eu espero -; a Fenafra do Rio de Janeiro; a Feira do Sabor Gaúcho, a Fenarroz e a Agriminas, no Estado de Minas Gerais. Então, em todas as grandes capitais há feiras grandes da agricultura familiar e das agroindústrias, e o Rio Grande do Sul está participando destas feiras lá fora.

O que nós queremos, aqui, de objetivo, com vocês, Vereadoras e Vereadores desta Casa: nós temos, a pedido dos agricultores, a pedido dos consumidores que vão à Expointer e que visitam o pavilhão da agricultura, eles nos perguntam por que não trazemos para Porto Alegre a possibilidade da feira da agricultura familiar, não só na Expointer, mas em Porto Alegre, para que os consumidores possam adquirir esses produtos.

Nós também sabemos que esta Casa, há pouco tempo, aprovou o projeto que traz de volta a Zona Rural de Porto Alegre. Parabéns para vocês que votaram esta legislação, pela importância que tem isso, pois Porto Alegre tem uma Zona Rural muito forte. Para podermos fortalecer cada vez mais, nós temos agricultores produzindo ali na Zona Rural, mas também precisamos dar oportunidade de eles oferecerem os seus produtos e trazerem esses produtos para a cidade, para que os consumidores possam comprar esses produtos. Nós precisamos viabilizar essa possibilidade de eles terem acesso a esses produtos. A feira, além de ter esse acesso da venda no dia a dia, é a porta de abertura para muitos outros futuros negócios que acontecem depois da feira.

Nós procuramos o Prefeito de Porto Alegre e pedimos que a gente pudesse fazer a feira no Largo Glênio Peres, e ele nos repassou para cá. E por que é importante trabalharmos a feira aqui em Porto Alegre? Porque os agricultores daqui de Porto Alegre, da volta de Porto Alegre, vão poder agregar valor ao seu produto; abrir novos nichos de mercado; gerar novos postos de trabalho no meio rural e também na Cidade; promover o desenvolvimento do meio rural e da Região, aumentar a renda e condições de vida da população do meio rural, o que, com certeza, nós queremos, como Fetag, e vocês também querem.

Uma questão preocupante é fazer com que o jovem queira permanecer no meio rural. Hoje, nós temos um meio rural envelhecido, um meio rural de pessoas idosas porque os jovens não estão ficando. Então, nós temos de criar condições para que esses jovens permaneçam no meio rural, produzindo alimentos para alimentar os que estão morando e trabalhando na Cidade. Então, o que queremos de concreto aqui, Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, é a possibilidade de revermos a legislação que prevê, hoje, apenas duas feiras no Glênio Peres, que é a feira do Peixe e a Feira Solidária. Nós gostaríamos de abrir a possibilidade de uma nova feira para as agroindústrias da agricultura familiar. Se pudéssemos ter a sensibilidade de vocês, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras desta Casa, para estudarem e reverem a matéria, poderíamos criar uma nova possibilidade de ter a Feira da Agricultura Familiar. É importante ressaltar que todos os produtores que vão participar da feira não vão ter despesa para vir à feira. Nós, assim como o Poder Público, oferecemos o local gratuito. A Fetag busca a estrutura, através das parcerias para que os agricultores não tenham despesa para vir colocar os produtos à disposição do setor urbano. Então, esperamos a sensibilidade de cada um e de cada uma de vocês para que possamos discutir e abrir essa possibilidade de uma nova feira aqui.

Porque é importante ser ali? Porque há uma reivindicação, como falei, da sociedade de Porto Alegre que nos pediu na Expointer. O Glênio Peres tem uma facilidade de acesso local, porque muitas pessoas circulam ali, tem grande visibilidade, não precisa ter despesa de investimento em mídia para as pessoas enxergarem os produtos da agricultura familiar. E nós precisamos fazer uma integração do campo com a Cidade, que é muito importante para os agricultores e também para o pessoal que mora na Cidade.

Eu agradeço a oportunidade, Sr. Presidente, e me coloco à disposição para qualquer questionamento e para ajudar no estudo.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convidamos o Sr. Carlos Joel, Presidente da Fetag, a fazer parte da Mesa.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores; venho trazer a nossa saudação ao Presidente Carlos, da Fetag, e a todos os presentes. Faço um registro especial da presença do Bertacco, que, nos nossos bons tempos, foi Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre. E cumprimento o Carlos Joel pela presença conosco nesta tarde e pelo tema que traz: Feira da Agricultura Familiar.

Todos nós, a maioria dos porto-alegrenses, temos, sim, raízes muito fortes no Interior gaúcho. Como eu, muitos vieram de lá, filhos de colonos, e compreendemos a importância da produção rural nos contextos das cidades pequenas e médias do Interior, mas, principalmente, para as necessidades das grandes cidades do Estado.

No início da década de 1990 – e o Bertacco participou conosco todo o tempo –, nós apresentamos uma proposta: uma feira do produtor rural no Centro da cidade de Porto Alegre. À época, no meu projeto, tínhamos até definido o espaço: a Esquina Democrática. Aí, foi aquele rebuliço total, porque não podia. Mas a ideia vingou, e Porto Alegre, hoje, tem essas feiras itinerantes. Mesmo que o pessoal já tenha esquecido – não é, Bertacco? – fomos nós os idealizadores daquela proposta.

Ver, hoje, o nosso querido Presidente da Fetag, Carlos, estar aqui apresentando uma proposta de uma feira familiar, do pequeno produtor rural do Interior do Estado e de Porto Alegre neste processo merece um destaque todo especial. Por isso estou falando aqui, meu querido Presidente, em nome do nosso partido, o PSB, em nome do Ver. Paulinho Motorista, que é homem do transporte coletivo de pessoas, mas que, certamente, pelas suas raízes, vive e convive com a produção rural do Município de Porto Alegre. Nós estamos aqui para deixar, em primeiro lugar, um abraço a todos; em segundo lugar, para cumprimentar pela iniciativa; em terceiro lugar, para dizer que estamos juntos nessa jornada; em quarto lugar, para registrar que a Câmara Municipal de Porto Alegre está, sim, conosco, com V. Sa., com a Fetag, com o produtor rural do Município. E, por que não, o nosso amigo Cecchim, homem lá de Ibiraiaras, expressando e representando também as posições do nosso querido Interior gaúcho, como eu, e hoje, com muita honra, Vereadores da cidade de Porto Alegre. Portanto repito: em nome do Ver. Paulinho e em meu nome, aquele abraço a todos, parabéns, e estamos juntos! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente da Fetag, boa tarde! Obrigado pela sua visita aqui. Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tive a honra de ter sido Secretário da SMIC durante seis anos. Nesses seis anos, nós desenvolvemos, na Zona Rural – que, agora, se legitimou novamente através da votação que ocorreu nesta Casa –, a oportunidade de triplicar a produção de frutas, de fazer mais de cem açudes para que os pequenos produtores tivessem a oportunidade de ter uma nova renda, de plantar flores, de plantar melão, enfim, aumentar a oportunidade de agregar mais renda. Construímos o Centro de Eventos da Vila Nova, para que lá se fizessem exposições. E também fizemos um projeto no Centro de Porto Alegre criando o Camelódromo. Para que o Camelódromo? Para deixar o Largo Glênio Peres e adjacências livres para todos. Acho que tem que haver espaço, sim, para se vender os produtos rurais, mas locais diversos. Ali no Largo Glênio Peres, existe o Mercado Público com muitos permissionários, que pagam impostos todos os meses do ano para poder vender produtos rurais lá dentro. Todos os comerciantes, principalmente os pequenos, gostariam de ter uma banquinha um dia por semana ou por ano no Largo Glênio Peres, porque lá é bom de vender. Claro que é bom de vender! Mas o Largo Glênio Peres é para a população. Nós temos lá a maior e mais tradicional feira de Porto Alegre, que é a Feira do Peixe, e tem também a Feira da Economia Solidária, que foi negociada aqui, pois era para ser só a Feira do Peixe. A população quer os produtos, mas em lugares apropriados. Acho que é mais fácil fazer um trabalho de colocar os produtos da agricultura familiar no Mercado Público, em outros mercados, enfim, nos locais apropriados. Acho um pouco difícil de nós usarmos um espaço igual ao Glênio Peres em detrimento de todos os comerciantes que estão no Centro e na cidade de Porto Alegre, senão qualquer um dos comerciantes ou produtores de qualquer coisa tem o mesmo direito de ir para o Largo Glênio Peres. Eu sou franco, não votarei nesse projeto, eu acho que o Largo Glênio Peres é para a população, e espaços para vender tem, como as feiras-modelo, a Feira do Produtor, a Feira Ecológica. Ou seja, nós temos muitos espaços para os produtores venderem, não precisa ser no Largo Glênio Peres, que é um Largo democrático, é verdade, mas que é para a população conviver e passear. Os comerciantes que estão ao redor do Largo têm um prejuízo enorme a cada feira que se faz lá, então, eu não acho justo suportar mais uma feira, mais um prejuízo em detrimento daqueles que já estão instalados em Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Guilherme Socias Villela está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. GUILHERME SOCIAS VILLELA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sr. Carlos Joel da Silva, Presidente da Fetag, falo neste momento em nome dos Vereadores do Partido Progressista – Mônica Leal, Kevin Krieger, João Carlos Nedel e em meu próprio. Eu ouvi atentamente as palavras dos meus colegas e não vou repetir exatamente essa linha de apreciação. Mas queria fazer uma observação que é importante para quem estudou desenvolvimento econômico. A Fetag atua num campo da economia extremamente importante, porque trata das pequenas e médias propriedades, e o desenvolvimento econômico se dá, quando há boa distribuição de renda. É muito bom ver um pequeno agricultor com uma antena parabólica – como eu já tenho visto – e, às vezes, até com uma camionete. Quero apresentar, portanto, essa faceta de apreciação de onde atua a Fetag, apresentando meus cumprimentos e colocando toda a bancada à disposição. Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sr. Carlos Joel da Silva, Presidente da Fetag, primeiro, eu quero cumprimentá-lo, nós temos muito orgulho do trabalho que a Fetag faz. Se nós temos um campo pujante, especialmente na agricultura familiar, isso se dá por conta da atuação, da representatividade, da capacidade de capilarização dessa Federação, da presença e da sensibilidade das pautas dos agricultores e agricultoras, em especial, da agricultura familiar.

Sobre o tema do Largo Glênio Peres, sabe que aqui é pólvora pura! Esse largo tem visões diversas sobre ele, mas a sua fala nos diz que o Prefeito quis que fosse trazido a esta Casa. Nós tivemos e temos um conflito permanente de visões sobre os espaços públicos na cidade de Porto Alegre. A Bancada do Partido dos Trabalhadores tem uma opinião clara: toda atividade econômica, popular precisa estar onde o povo está. A economia solidária, a agricultura familiar, o artesanato, porque elas não têm como concorrer com o mercado.

De outro lado, o nosso agricultor familiar, a nossa agricultora familiar, fazendo um recorte, porque acho que a agricultura agroecológica sofre muito para sobreviver. Tem as intempéries, tem as mudanças de situação econômica e, também, se perde muito recurso com o atravessador. Ouvi um depoimento e me emocionei agora, na celebração dos 26 anos da Feira Agroecológica do Bom Fim. Um agricultor do interior de Novo Hamburgo madrugou, veio e trouxe para cá... Ele se emocionou nos relatando que – antes, vendiam para as cooperativas – saíram da feira com um dinheirinho: “Vocês não sabem o que é minha família, pela primeira vez, sair com dinheiro no bolso!” Tirou o produto no dia anterior da árvore, da planta e, no dia seguinte, deu resultado esse produto. E esse é o fortalecimento preciosíssimo da produção rural: a venda direta, a venda direta é fundamental. A cidade de Porto Alegre se beneficia com as grandes feiras, com as feiras-modelo, mas, principalmente, com as feiras agroecológicas, uma demanda cada vez maior. Nós entendemos que o Largo Glênio Peres, fazendo algumas feiras, não prejudica os lojistas que pagam imposto. Ao contrário! São produtos diferentes, as pessoas circulam e, depois, vão comprar nas lojas do Centro. Hoje os lojistas são prejudicados porque as pessoas vão de carro para os shoppings, e uma feira chama a população mais ainda para o Centro, o que vai beneficiar o lojista, que tem outro produto.

Nós defendemos, conseguimos, junto com o movimento da economia solidária, retomar a Feira da Economia Solidária, porque o Largo Glênio Peres tinha ficado só com a Feira do Peixe. E eu acho que sim, a retomada de uma feira dos produtos da economia familiar aqui na Capital – hoje só tem o pêssego e a uva com tendinhas – nós podemos construir. A nossa bancada é parceria para fazer esse processo, essa caminhada junto com a Fetag, escolher uma época do ano – não sei se vocês já têm, se puderem nos informem qual é a melhor –, construirmos esse espaço e construirmos um grande acordo com todos que estão em torno do Largo. Ganha a cidade de Porto Alegre, ganha a agricultura familiar, eu tenho certeza que ganha a nossa zona rural, porque acho que tem que contemplar os agricultores de Porto Alegre, e ganhamos todos, com certeza, com produto mais barato, mais fresquinho e na mão do cidadão e da cidadã de Porto Alegre. Parabéns! Contem com a bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Ezequiel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sr. Carlos Joel da Silva, Presidente da Fetag. Eu falo aqui em nome da bancada do PSOL – estou, neste momento, substituindo a Ver.ª Fernanda Melchionna e estou junto com meu colega, Ver. Prof. Alex Fraga. Sr. Presidente, nós temos o entendimento, em primeiro lugar, que a agricultura familiar é de suma importância para a economia no país inteiro, não só aqui em Porto Alegre, não só no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil.

Tem um outro aspecto também da agricultura familiar que diz respeito à ausência de agrotóxicos nos produtos comercializados para a população. E há um debate que o senhor traz aqui muito bem que é a questão dos espaços públicos. Quero dizer para o senhor, para toda a Câmara de Vereadores e para quem nos assiste pela TVCâmara, que nós, do PSOL, somos totalmente favoráveis à sua iniciativa. Queremos colocar a nossa bancada à disposição desse projeto, dessa proposta, e dizer, Presidente, que estamos aqui para apoiá-los nessa iniciativa, visto que Porto Alegre também é a capital com a segunda maior área rural do País. Portanto, estamos aqui, colocamos o PSOL à disposição da sua proposta, uma bela iniciativa. Parabéns! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Ver. Ferronato, que se encontra na Mesa; o Sr. Carlos Joel da Silva, Presidente da Fetag, em nome da Bancada do PCdoB cumprimento a todos. Antes de mais nada, a agricultura familiar é uma cadeia produtiva limpa, livre de agrotóxico, estratégica para o desenvolvimento da Nação Brasileira, porque gera emprego, gera renda, gera preservação ambiental, dialoga com o conhecimento tradicional, busca o avanço da ciência e da tecnologia no sentido de aprimorar a produção, mas a ciência e a tecnologia que sirvam à nossa Nação e a todos. E também é fator, no meu entendimento, de soberania alimentar e de soberania nacional, é fator de democratização dos meios de produção. Nós estamos num momento em que nós precisamos fazer reformas estruturantes na nossa Nação, e uma delas é a reforma agrária, que absorva esse importante setor das nossas cadeias produtivas e o resgate do nosso conhecimento como fator de saúde para todos. Já dizia Hipócrates, o pai da Medicina: “Seja teu alimento o teu remédio, seja o teu remédio o teu alimento.” E é uma farmacêutica aqui que está trazendo esse conceito hipocrático, estratégico nos dias de hoje, como fator também de soberania e de desenvolvimento nacional. Quero destacar o papel das mulheres, as companheiras da Fetag, sempre presentes em todas as lutas das mulheres por democracia, por direitos e por esse projeto de Nação. O papel das mulheres que atuam nessas cadeias produtivas agrega valor, porque elas detêm muito conhecimento; além de elas agregarem valor, são produtoras e dinamizadoras do conhecimento. Nós sabemos que as mulheres do campo, as mulheres produtoras têm essa dinâmica de divulgar, espraiar o conhecimento a favor dos interesses da Nação.

Eu tenho feito, há muitos anos, uma articulação, já como Deputada Estadual, na perspectiva, quando foi eleito o Governo Lula, de nós construirmos políticas nacionais – nós participamos da construção da política nacional. Fui autora da lei estadual, através do Fórum pela Vida, onde a Fetag participou de tudo na Assembleia Legislativa. Agora, esta Câmara aprovou a Lei Municipal de Plantas Medicinais, Aromáticas, Condimentares e Fitoterápicas. E quero dizer que a Fetag, assim como a Emater, foram parceiras estratégicas para essa construção, uma política que transversaliza, sob o ponto de vista de cadeia produtiva, sob o ponto de vista de fitoterapia no SUS como opção terapêutica, estratégica e fundamental; como uma visão republicana de políticas públicas e o significado das parcerias que há pouco já destaquei: Fetag, Emater. E aqui em Porto Alegre estamos no processo da implantação da comissão intersecretarial de plantas medicinais e condimentais, já numa articulação com a Prefeitura Municipal, através do Fernando Ritter, que é o Secretário Municipal de Saúde, para implantar, por exemplo, na zona rural – será a primeira experiência numa Capital brasileira dessa cadeia produtiva, vocês serão estratégicos para isso – um arranjo produtivo local com aporte de recursos da política nacional, e também no sentido dessa demanda de vocês das feiras.

Essas feiras da agricultura familiar têm que estar em tudo que é lugar, e ainda mais naquilo que é o núcleo, o ponto de partida do centro histórico da cidade de Porto Alegre, que é o nosso Largo Glênio Peres, que, aliás, leva o nome de um grande lutador, Vereador desta Casa que foi cassado e não por acaso aquele espaço ali leva o seu nome. É desse Centro Histórico que temos que absorver o significado, para nós, das cadeias produtivas, da cadeia familiar.

A Capital de Porto Alegre cedia o Fórum Social Mundial, e me atrevo, inclusive, a dizer que a Fetag tem que estar no Fórum Social Mundial – eu represento a Câmara junto com o Ver. Janta -, no sentido de espraiar essa ideia para as Capitais do mundo, que é a nossa agricultura familiar, pelo conhecimento, pela expertise e pelo que vocês significam como federação de trabalhadores e produtores de conhecimento e de vida. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos a presença do Sr. Carlos José da Silva, Presidente da Fetag. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h54min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 14h55min): Estão reabertos os trabalhos.

Hoje temos o comparecimento da Sra. Izabel Matte, Secretária Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento – SMPEO, que abordará sobre as ações desenvolvidas pela Secretaria.

A Sra. Izabel Matte está com a palavra.

 

A SRA. IZABEL MATTE: Boa tarde, Presidente Mauro Pinheiro; boa tarde Vereadores e demais presentes. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer enormemente a oportunidade que esta Casa está dando, na sua figura, Presidente Mauro, de virmos aqui apresentar um pouco do que estamos apresentando dentro do Prefeitura, muito no sentido de ter uma Secretaria bastante técnica, com uma visão obviamente política, com muito de políticas públicas, e de também termos a formação de um quadro de gestores que atue nesse novo formato que estamos necessitando, de uma gestão mais eficiente e mais moderna. Então, mais uma vez agradeço a oportunidade.

Espero que a apresentação seja bastante breve e que tenhamos a oportunidade, caso necessário, de trocar algumas ideias. Por favor.

 

(Procede-se à apresentação de PowerPoint.)

 

A SRA. IZABEL MATTE: Acho que deveríamos fazer uma reflexão sobre a questão da contextualização do ambiente global. O mundo todo, hoje, tem uma pauta comum, qual seja ela um cumprimento bastante efetivo das políticas públicas. Hoje não basta termos serviços disponíveis, a sociedade, cada vez mais, está no intuito de mais demandas, e que essas demandas sejam cumpridas com muito mais qualidade e muito mais eficiência.

A participação da sociedade é outro tema bastante relevante, e que, cada vez mais, isso se impõe sobre os gestores públicos.

As questões da informação, da democratização, da análise de dados, da transparência, do pleno acesso a essas informações são outras questões que nos pautam nesse cotidiano.

Trabalhar com sustentabilidade é um requisito hoje que realmente nos leva a refletir como que tu tens uma junção de políticas públicas que permitam ter um desenvolvimento econômico, uma preservação ambiental e todas as questões de aporte sob o ponto de vista de política social. Então, esse tema sustentabilidade é um tema que está muito presente no dia a dia do mundo e principalmente, e não poderia deixar de ser, nas nossas vidas, como política pública para essa Prefeitura de Porto Alegre.

Agilidade, desburocratização e descentralização são outros fatores importantíssimos; e otimização dos gastos públicos.

Isso a que nos leva? Para conseguirmos cumprir com essa pauta, nós temos um desafio, eu acho, de como atender à sociedade de Porto Alegre. Nós temos estudado um pouco esse tema no sentido de trabalharmos com a resignificação da gestão pública. Como a gestão pública deve ser tratada para cumprirmos com esses desafios colocados? Sim, nós temos que identificar quais são as oportunidades de melhorias dentro da gestão; nós temos que respeitar as conquistas até o momento de administrações anteriores, temos que saber trabalhar com o passado e termos uma visão de futuro; nós temos que estimular o protagonismo do servidor público como agente de transformação, ter quadros de servidores capazes de realmente interagir dentro da organização, e propor a mudança; qualificar a gestão pública com método, ferramenta e processos eficientes; manter um diálogo permanente com a sociedade e garantir uma visão sistêmica das políticas públicas.

Com esse panorama e com todos esses desafios colocados, há 11 anos, a Prefeitura de Porto Alegre optou por adotar um sistema e um modelo de gestão que realmente buscasse dar conta ou de quase tudo ou de uma boa parte desses desafios propostos. Então, nós temos muito que trabalhar em promover – o modelo de gestão tem estes princípios – a transparência sobre todas as ações, os projetos, para os servidores e para o cidadão; executar as políticas públicas de forma transversal, propondo uma visão sistêmica e considerar a territorialidade nas diversas regiões de Porto Alegre. Nós temos hoje um território, onde tem, como base, as 17 regiões do Orçamento Participativo, e é nelas que a gente trabalha para a análise da execução dos serviços: como estão sendo prestados e como estamos conseguindo alcançar essa população de forma diversificada. Outro princípio: garantir o empoderamento dos indivíduos em seus diversos campos de atuação, garantindo a liderança – é o desenvolvimento, então, de lideranças tanto no aspecto interno como nos aspectos da sociedade como um todo.

Em que frentes o modelo de gestão atua, nas quais nós, da Secretaria de Planejamento Estratégico e Orçamento, estamos montando, estruturando nosso trabalho? Nós temos uma frente que trabalha com a estratégia; nós temos uma frente de melhorias de processos; uma frente de capacitação de toda essa liderança. Na verdade, o que temos como objetivo? A criação de valor. O que é isso? É o resultado, realmente, melhor e mais qualificado para o cidadão. Agora, para a gente ter todos esses aportes de metodologia e de ferramenta, há necessidade de sabermos como a gente transita e como se dá a interação entre essas diversas Secretarias dentro do Governo. Para isso, então, temos o nosso sistema de Governança, ou seja, uma estruturação de colegiados em que a gente pauta determinados assuntos e encaminha as tarefas.

Quais são os requisitos para atender esses desafios? Nós temos que ter, sim, uma liderança engajada nisso, uma liderança política que diga: “Sim, nós queremos atuar nesse formato”. Temos que ter uma estrutura organizacional de gestão. E esse é o motivo da nossa existência. Quem é que vai cumprir esse desafio, essa missão de trabalhar nesse formato dentro da estrutura? Quem é que tem essa missão? Ter pessoas capacitadas, por óbvio, para a gente poder avançar e ter tecnologia disponível para a gente poder ter os dados e as informações necessárias. Em 2013, então, ocorreu a união de dois gabinetes: Gabinete de Planejamento Estratégico e Gabinete de Programação Orçamentária, então, em 2013, na reforma administrativa, surgiu a Secretaria de Planejamento Estratégico e Orçamento.

Quais são os principais ganhos em relação à adoção desse planejamento estratégico? Esse planejamento estratégico, na verdade, ele viabiliza essa visão sistêmica da organização e das políticas públicas. O que uma política impacta na outra? Como tu trabalhas todo um desenvolvimento econômico com todas as áreas que interfaceiam com essa questão do desenvolvimento econômico, assim como na educação, na saúde e em diversos outros temas? Essa parte se trabalha as políticas públicas de forma integrada.

O planejamento estratégico permite estabelecer as prioridades e ele oportuniza a comunicação para todos os públicos, seja dentro da organização, seja fora da organização. Ele estrutura as ferramentas orçamentárias. O planejamento estratégico direciona o PPA, a LDO e a LOA. Ele permite também o monitoramento sistêmico dos resultados. Então, sistematicamente, quem atua com planejamento estratégico tem por obrigação fazer monitoramento, saber se estamos avançando ou não.

Aqui uma breve, digamos assim, sintetização do que a gente fez ao longo desses últimos anos, desses 11 anos que estamos atuando nesse formato, sob o ponto de vista da evolução do planejamento estratégico. São três fases bastante consistentes. Na primeira, é o nível da estruturação, onde a gente fez a montagem de todas as ferramentas e todos os métodos. A segunda foi a fase de aprendizado e aqui já é um aprofundamento do que estávamos atuando, a estruturação de tudo isso e o maior esforço no intuito de trabalharmos com bons indicadores e capacitação dos gestores públicos. Na terceira fase de consolidação, sempre com a avaliação sistemática do planejamento, a gente evoluiu para o contrato de gestão, que eu acho que é uma ferramenta, um assessoramento bastante importante, que direciona, dá foco, prioridade e alinhamento à gestão que está, então, atuando no momento.

Tivemos alguns reconhecimentos, ao longo desse período, de outras organizações e, por fim, agora tivemos um reconhecimento internacional na American Society for Quality, que é um organismo internacional que trabalha com esses mecanismos e convidou Porto Alegre a apresentar o seu modelo de gestão e fomos bastante, digamos assim, reconhecidos nesse evento com práticas de melhoria de gestão pública. Éramos o único órgão nesse encontro, representando, então, a Administração. Os demais eram de entidades e de serviços privados.

Qual é o ganho que se tem em relação ao fato de o Orçamento estar vinculado à visão estratégica? Na verdade, o Orçamento deve, sim, suportar a estratégia do Governo, a estratégia da gestão; ele deve dar o suporte a isso, e, por isso, compõe e estrutura as ferramentas orçamentárias.

Com essa questão de termos uma visão integrada de planejamento e Orçamento, se qualificou, absurdamente, a distribuição dos recursos frente às prioridades. Hoje se sabe onde se devem colocar os recursos de forma mais estruturada, com estudos de gastos de série histórica, com foco, então, na real necessidade, e não um orçamento em que, muitas vezes, a execução, depois, fica tremendamente prejudicada.

A programação orçamentária, a partir do planejamento, visa muito à execução física e às metas estabelecidas, portanto, para se fazer um orçamento do ano seguinte, se analisa em profundidade a execução física das ações e das tarefas que estão sendo executadas. Esse foi um grande avanço que se teve com o sistema de monitoramento bastante forte na questão da execução física. Possibilita a transparência da utilização dos recursos: hoje todos os servidores da Prefeitura têm acesso à informação orçamentária de todas as atividades que estão sendo desenvolvidas. Estabelece a integração e conhecimento entre as equipes de Orçamento e de execução das atividades, ou seja, não há mais duas áreas, a que executa a atividade e a que orça a atividade. Eles têm, obrigatoriamente, que trabalhar juntos, e um saber como se dá a atividade do outro.

Então, aqui é um rápido exemplo de como nós monitoramos a questão orçamentária. Nós temos os gastos todos com um conjunto de informações e série histórica que nos permite fazer uma avaliação se estamos crescendo, se estamos aplicando recurso de acordo com o necessário, se determinados gastos com a máquina pública estão em evolução ou se estão sob controle e nos permite ter esse controle bastante atualizado.

O monitoramento, então, que nós temos hoje, a partir de indicadores... Porque a gente sabe que, para fazer gestão, não basta a gente ter uma percepção ou a gente agir por uma intuição ou por uma avaliação sem dados e fatos. Quem faz gestão e quem atua na área de gestão sabe que é necessário ter medida. A gente tem que saber medir e tem que analisar a medição. E nesse sentido, hoje, sob o ponto de vista de desenvolvimento de indicadores físicos e orçamentários, nós temos quase mil indicadores que nós controlamos. Desses mil indicadores, 265 estão contratualizados, neste ano de 2015 – contrato de gestão, que se encerra agora, em dezembro. Nós temos 225 indicadores, através dos quais nós controlamos as principais atividades realizadas por todas as 36 Secretarias; temos 72 indicadores de programas que estão vinculados à questão de PPA, LDO e LOA; e temos mais 408 indicadores com os quais fazemos, então, a gestão das demais atividades da Prefeitura.

Então deixo por último, aqui, como reflexão, a missão da nossa Secretaria, que é garantir a efetividade das políticas públicas por meio de uma gestão estratégica e orçamentária eficiente, democrática e transparente, objetivando o maior benefício à sociedade. O que eu gostaria somente de salientar é que eu tenho trocado muitas experiências com outras organizações, seja no Município de Porto Alegre, junto ao Governo do Estado ou governos da Federação ou, até mesmo, em nível federal. Acho que Porto Alegre tem o privilégio de ter um conjunto de funcionários que estão sendo capacitados, que estão tendo uma formação na área de gestão pública. Isso não é comum, não é usual, e é de extrema importância termos bons quadros técnicos na organização pública. Sim, nós temos excelentes médicos, engenheiros, arquitetos e assim sucessivamente – todas as carreiras são de suma importância –, mas é difícil se ver, dentro de uma organização pública, a carreira de gestor público. Mesmo que já tenha sido criado, dentro do nosso plano de carreira, nós optamos em estabelecer, dentro da própria Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento, um conjunto de servidores públicos concursados que permaneçam com essa visão de Estado – e não de Governo –, de políticas públicas, que tenham a capacidade de trabalhar e ter esse sistema e todo esse conhecimento, mesmo quando se dê a alternância de Governo, a cada quatro anos, que é legítimo e que faz parte do nosso processo democrático.

Hoje, eu me orgulho muito da equipe que temos na Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento, com a capacidade que tem e com a atuação no Município e na Prefeitura de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(O Ver. Paulo Brum assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Secretária. A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente; Sra. Izabel, Secretária Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento, em nome da Bancada Progressista, dos Vereadores Guilherme Sócias Villela, João Carlos Nedel e Kevin Krieger, Líder do Governo, eu tenho imensa satisfação de cumprimentar e de fazer este registro, como mulher, de assistir a tua competência à frente dessa área, e ter reconhecimento internacional. Então não é apenas a mulher, a jornalista e Vereadora que está aqui fazendo esse registro em nome de uma Bancada, isso já foi além das porteiras do Rio Grande do Sul, e, enquanto eu ouvia a tua explanação, eu anotei algumas coisas, como gestora que já fui, Secretária da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, e me tocou profundamente e isto realmente faz muita diferença, que é a transparência, a qualidade, competência de gestão, esse planejamento com recursos públicos bem aproveitados em políticas públicas. Parabéns, Izabel, eu sinto imenso orgulho do teu trabalho, e a minha Bancada também.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. IZABEL MATTE: Muito obrigada!

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Ezequiel está com a palavra.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Boa tarde, Presidente Brum, Secretária Izabel Matte, a qual eu respeito e conheço, nós já tivemos diversos debates, claro que eu em outra condição, como Diretor do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – Simpa. Izabel, a gente se conhece, somos colegas, e eu quero trazer aqui preocupações dos servidores públicos obviamente. A gente sabe que tu lideraste, durante muito tempo, um comitê que tratava da questão do plano de carreira dos servidores municipais de Porto Alegre. A gente sabe que, a partir desse comitê, ganhou a licitação uma empresa que então começou a elaboração do plano de carreira dos servidores. Em primeiro lugar é importante dizer, para conhecimento de todos os Vereadores e Vereadoras, que os servidores da Saúde, já em 2010, tinham entregue uma elaboração de plano de carreira para o Governo Municipal. Bem, em segundo lugar, Izabel, com todo o respeito, é importante dizer aqui que a atual direção do Simpa, reclama que não foi chamado por esta empresa e nem pelo Governo para elaborar junto com essa empresa esse plano de carreira. Os servidores de Porto Alegre, que são em torno de 20 mil – a senhora sabe mais do que eu sobre isso –, não têm conhecimento de nenhum item do que está sendo elaborado por essa empresa. Eu quero dizer a todos vocês que não se faz gestão sem o servidor público. Se hoje Porto Alegre tem diversos serviços e atendimentos à população da Capital, é porque os servidores públicos estão lá na ponta fazendo o seu trabalho, cumprindo a sua missão como servidor e atendendo à população. Então, Secretária, esse é um dos questionamentos que eu faço. Um segundo questionamento: como a senhora está à frente hoje da Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento, eu gostaria de questionar a questão da convocação dos 63 cargos de técnicos de enfermagem que esta Casa já aprovou há mais de meio ano; o Prefeito já sancionou, mas, até agora, a Prefeitura não convocou esses servidores, sendo que os hospitais municipais, os pronto atendimentos e as UBS precisam muito de técnicos de enfermagem. Nós temos uma defasagem em toda a rede, para mais de mil servidores. Então, deixo esse questionamento. Muito obrigado, uma boa tarde.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde, queria cumprimentar a Secretária Izabel. Dizer que, durante uma década, fiz parte desse processo da construção, do aprendizado e da consolidação. Sem dúvida nenhuma, temos dificuldades, mas desde 2005, Izabel, o Governo vem trabalhando, cada vez mais, para unificar as políticas. E, respondendo rapidamente ao Ver. Ezequiel, o qual respeito muito, se tem um Governo que fez os servidores públicos municipais estarem à frente. Tu és um exemplo disso, a Márcia que está aqui, é outro exemplo, e sei de tantos outros que dirigem as políticas públicas no Município de Porto Alegre. Então, parabéns pelo trabalho, continue firme.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Obrigado, Ver. Paulo Brum. Secretária Izabel, trago os cumprimentos da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Quero cumprimentá-la pelo seu trabalho na parte técnica, pois todos nós sabemos da sua dedicação da senhora e de todos os servidores pela nossa Cidade, pelo fortalecimento das nossas políticas públicas, muito acima de governo “a” ou “b”, que a Cidade estruture o seu sistema, as suas políticas com eficiência e com transparência. É a área que eu tenho estudado um pouco na academia, a transparência. E trago aqui uma pergunta, até para mostrar a atenção que sempre prestamos ao assunto. No último estudo da CGU sobre a transparência dos Municípios, a nossa Cidade ficou em oitavo lugar no quesito de transparência dos portais. Gostaria de registrar isso. Obviamente que é uma conquista importante, mas queremos que a nossa Cidade esteja, na verdade, em primeiro lugar em transparência, lugar que hoje é ocupado pela Capital São Paulo, pelo Prefeito Fernando Haddad. Fiz uma análise dos quesitos que faltam e queria pedir que se estimulasse sempre, quanto mais transparência melhor, e que a gente possa fortalecer e implantar cada vez mais a carreira de gestor. Infelizmente, a gente vê na Cidade crescer o número de CCs. O Prefeito havia se comprometido em demitir 100 CCs, há um ano meio, quando a crise começou a ficar mais aguda, e não demitiu. Hoje, nós temos o dobro de CCs que tínhamos há dez anos, enquanto deveríamos ter, na verdade, o fortalecimento dos servidores, especialmente dos gestores públicos, que é a tendência que hoje já se tem. Por exemplo, no Governo Federal, mais da metade dos próprios CCs já são ocupados por servidores públicos, e a carreira de gestor federal, como a senhora sabe, hoje, é uma excelência reconhecida, já tem um grande número de concursos feitos e está-se expandindo. Então, que a Cidade possa seguir este caminho, diminuir o número de CCs e fortalecer a nossa carreira de gestores na Cidade. Um bom trabalho para a senhora.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Mendes Ribeiro está com a palavra.

 

O SR. MENDES RIBEIRO: Secretária Izabel, falo em nome da bancada do PMDB, do nosso Líder, Idenir Cecchim, da Ver.ª Lourdes Sprenger e do Ver. Raul, e quero parabenizá-la pelo seu trabalho à frente da Secretaria, eu que tive a oportunidade de ser Secretário Adjunto do Turismo e sei do esforço, do trabalho e da dedicação e do teu empenho com a tua equipe para que possa fazer um trabalho planejado e para que a Prefeitura de Porto Alegre tenha sucesso na sua gestão. Parabéns pelo teu trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Márcio Bins Ely está com palavra.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Presidente, Ver. Paulo Brum; Secretária Izabel Matte, quero também, em nome da Bancada do PDT, na condição de Líder - em nome dos Vereadores Nereu D’Avila, João Bosco Vaz, Dr. Thiago e Delegado Cleiton e meu próprio -, cumprimentar V. Exa. pelo trabalho que tem feito, V. Exa., que é servidora do quadro da Secretaria do Planejamento, originária do Planejamento. Quero dizer que esse trabalho estratégico, de sabedoria, que foi elaborado e vem sendo aperfeiçoado desde o início deste nosso projeto Fogaça/Fortunati, realmente proporciona aos gestores, à Cidade e ao coletivo da Cidade percentuais estatísticos comparativos, onde se pode medir desempenho. Porque eu diria que, por exemplo, um Secretário que tem 300 concursados, não tem como dar conta da sequência dos processos, não tem como levantar o telefone e perguntar: “Joãozinho, já andou aí aquele processo?”, “Como é que ficou aquele assunto”. Daí: “Ah, me esqueci, Secretário! Está na gaveta.” Isso não tem, é humanamente impossível que com aquele método “dinossáurico” passado se estabeleça para a eficiência e a eficácia da gestão de uma cidade. Nesse sentido, acompanhávamos lá: era bolinha amarela, bolinha vermelha, bolinha verde. Quando não estavam cumprindo, era vermelha. Mas se está ali o prazo, a meta, se se autoestabeleceu ali um desafio de cumprir aquela etapa ou se autoestabelecer, digamos assim, um objetivo a ser cumprido, nesse sentido quero afiançar e testemunhar que vivi e tentei implementar aquelas ferramentas ali, elas foram muito úteis e tenho certeza de que ganha a Cidade. Parabéns pelo trabalho, parabéns pela equipe – sabemos que V. Exa. tem procurado garimpar aqueles que têm bons pensamentos e querem que as coisas aconteçam para o bem coletivo da Cidade. Quero então desejar que Deus possa continuar iluminando o trabalho de V. Exa., lhe permitindo pensamentos corretos, que as suas palavras sejam úteis e que os seus sentimentos sejam justos para que Porto Alegre continue avançando.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra.

 

O SR. DR. GOULART: Secretária Isabel Matte, talvez eu seja o mais recente Vereador seu colega, o último. Quero aqui trazer os cumprimentos da minha Bancada – do nosso Líder Ver. Cassio Trogildo, do Ver. Elizandro Sabino e do Ver. Paulo Brum, que preside os trabalhos – pelo belo trabalho que V. Exa. tem feito nessas últimas gestões de Porto Alegre. Quero dizer que eu estive ao seu lado nesses últimos tempos e vi o quanto V. Exa. tem sido justa e sincera e transparente dentro dos encaminhamentos. Quero lembrar a senhora que nunca se esqueça dos fiscais da nossa SMIC, que precisam muito da benevolência de vocês. Seu trabalho é belo, parabéns e um abraço da nossa bancada.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Presidente, Ver. Paulo Brum; Secretária Izabel Matte, eu tirei algumas informações e vi que a senhora tem acompanhado, como Secretária, todo um processo de articulações e negociações com os servidores públicos do Município, então, além de falar como líder do PCdoB, eu também falo como Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público e do Servidor, exatamente para uma Secretaria de Planejamento Estratégico e Orçamento, que tem uma visão estratégica de toda a gestão e do significado, primeiro, da visão republicana e, segundo, das transversalidades de gestão para o projeto de uma cidade como Porto Alegre, uma cidade que tem sido, historicamente, referência, até sob o ponto de vista de participação política, de cidade-sede do Fórum Social Mundial, inclusive.

Eu trago aqui algumas preocupações exatamente para a Secretária de Planejamento Estratégico e Orçamento, por essa visão global, por essa inter-relação com todas as outras Secretarias. Primeiro, o Ver. João Ezequiel, do PSOL, já pautou sobre a questão do Plano de Cargos, Carreiras e Salário, e eu aproveito para pautar sobre o Plano de Carreira e Salários da Saúde dos trabalhadores em saúde - um assunto que o Vereador também pautou -, por eu ser funcionária pública, trabalhadora de uma universidade na área da saúde, e por ser um assunto estratégico, Izabel, para a construção do SUS, no processo, inclusive, de articulações, como Estado e como Município. Nós temos que ter, na área da saúde, nos Municípios, especificamente na nossa Porto Alegre, esse plano muito estruturado, porque nós precisamos dele. A porta de entrada é o Município. Na cidade, nós vivemos, e o Município acaba cumprindo um papel que às vezes o Estado não cumpre, qual seja, de ser o grande articulador entre União e o Município.

Segundo, quero falar de duas leis de minha autoria aprovadas por esta Casa. Uma delas é a lei do assédio moral que nós estamos vivendo de uma forma geral na sociedade, seja no setor público ou no setor privado, mas estamos falando no setor público, sem precedentes o assédio moral. Essa lei é uma lei que está a cargo da Secretaria Municipal de Administração, e o Simpa tem trabalhado e contribuído muito neste sentido, e nós não estamos vendo ela ter a dinâmica que nós precisamos para o Município de Porto Alegre, porque um servidor com garantia dos seus direitos, um servidor com qualidade no seu trabalho, o assédio é desqualificação do trabalho, naturalmente ele presta um trabalho muito mais elevado para a gestão e para a população. E a outra é a inclusão da Lei Maria da Penha nos currículos escolares para que possamos enfrentar a violência que cada vez cresce mais contra as mulheres, formando, nos meninos e meninas, novos homens e novas mulheres. Até porque, infelizmente, o Município mandou, no Plano Municipal de Educação, o famoso item 23, que garantia a questão de gênero e a questão das diversidades. Esta Casa, através de uma emenda, por um voto, votou contra. Nós precisamos aperfeiçoar a educação sob a ótica da Lei Maria da Penha como um fator de instrumento educacional porque foi tirado do Plano Municipal de Educação a questão das diversidades, e nós precisamos educar para vivermos as diferenças maravilhosas na igualdade. São essas questões que trago, até porque as questões da diversidade de gênero veio numa discussão que a Prefeitura inclusive participou, liderada pela Secretária Cleci, no Plano Municipal de Educação. Nós vamos ter que resolver, e a Lei Maria da Penha pode contribuir com isso. São essas as demandas, essas as questões para quem tem essa visão estratégica e faz as inter-relações. Não estou aqui dizendo que nada está acontecendo, estou aqui a dizer que as coisas têm que acontecer na dinâmica necessária para as políticas públicas chegarem à população.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Primeiro, quero cumprimentar a Izabel Matte. Nós nos orgulhamos independente de estarmos na oposição deste Governo, da tua trajetória, da tua seriedade, e como mulher, ver uma mulher ocupar um espaço que é justo, legítimo e necessário que as mulheres estejam. Quero fazer esse registro sincero, te desejar sucesso. Sei do teu empenho no esforço da intersetorialidade, da transversalidade no Governo, que isso é um desafio para todos os Governos. Aqui já foram colocados vários temas; eu quero colocar um desafio que nos angustia, a mim especialmente, e que coloco em várias pautas em muitos momentos aqui, que é essa dicotomia entre a valorização do funcionalismo e a terceirização em Porto Alegre. Eu tenho questionado bastante; sei que nós, quando governamos, trabalhamos com setores terceirizados – há um debate nacional sobre terceirização, meio e fim –, mas em Porto Alegre, infelizmente, temos observado uma verticalização da matriz salarial. Essa verticalização talvez em alguns momentos seja necessária para valorizar alguns cargos estratégicos e ter profissionais mais qualificados. Mas infelizmente temos tido uma pauperização do setor operacional, do setor de atividades meio, como no caso da educação. Nós temos quase mil trabalhadores, mulheres na sua maioria, de limpeza e de cozinha, com salários muito baixos e com instabilidade nas relações trabalhistas. Assim na FASC, no DMLU, talvez pudesse citar.

Estamos vendo também que as pressões de cada categoria acabam incidindo sobre o Governo. Como estamos agora discutindo o cargo dos Procuradores, o que é um pouco forte, a repercussão financeira é forte na balança, considerando outras funções que estão lá no salário mínimo, que nós não conseguimos amarrar mais garantias, eu pergunto se o Governo está discutindo isso, se tem uma diretriz estratégica para fazer uma aproximação melhor, uma proteção melhor dos mais baixos salários, no sentido de tratar com maior dignidade esse que também acaba sendo servidor público.

Eu poderia falar da terceirização na Educação Infantil. Nós temos 220 creches comunitárias atendendo de zero a cinco anos. Eu estou defendendo o fim da expansão desse convênio para podermos qualificar. Ali os trabalhadores também ganham salários baixos, e é um atendimento direto de educação. Então, essa dicotomia nós temos que pensar a médio e longo prazo, não podemos pensar imediatamente.

Queria te colocar essa questão, para que o Governo pense estratégias, para que a gente possa ir fazendo uma equalização pensando orçamento, pensando políticas públicas. Parabéns pelo teu trabalho!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Secretária Izabel Matte está com a palavra para suas considerações e, se possível, responder aos questionamentos dos Srs. Vereadores.

 

A SRA. IZABEL MATTE: Primeiro, gostaria de agradecer às manifestações de todos os Vereadores que fizeram as suas colocações, as suas análises e os seus questionamentos. Tentarei responder da melhor maneira possível, começando pela Ver.ª Mônica, agradecendo pelo seu pronunciamento. Agradecer ao Ezequiel, quem já conheço de longas datas, somos colegas, servidores públicos, e com quem já tive embates respeitosos quando estive à frente da Comissão de Política Salarial. Tenho o maior apreço pela Diretoria do Simpa e acredito que tenha recibo vocês com muito respeito, mesmo que muitas vezes tendo divergências de opinião, até porque é da nossa categoria que estamos falando, temos que ter respeito por ela.

Quanto ao plano de carreira, além de eu dar esse retorno para vocês aqui, vou levar todos esses assuntos aos Secretários competentes das pastas e todas as observações que os senhores e as senhoras fizeram aqui hoje. A questão do plano de carreira ainda estamos numa fase de diagnóstico interno, não temos o plano de carreira desenhado, ainda estamos numa preliminar; ainda não temos um consenso interno, dentro do Governo, sobre o que se está propondo, muito longe estamos disso. Estivemos num processo, que tu acompanhaste, que foi o do efeito cascata, que temporariamente nos tirou do foco do plano de carreira, porque tivemos que resolver aquela questão, e em um determinado momento, quanto ao plano, ficamos num impasse: ou o plano dava conta da vida para trás ou o plano seria para o futuro. E nessa discussão estamos. Não temos nada formatado, inclusive, que venhamos a discutir. Isso não minimiza o aspecto que podemos, sim, sentar e conversar todas as vezes que isso for solicitado. Eu levarei esta solicitação ao Secretário Elói, à Comissão de Política Salarial, que hoje está com a Maria Eleonor, sobre a possibilidade de ouvir o Simpa como, de praxe, fazemos. Entendo, acompanho bem essa questão e julgo super pertinente essa tua manifestação.

A questão dos Técnicos em Enfermagem, esse assunto está no Comitê Gestor de 2ª Instância, que é quem analisa a questão do impacto financeiro-orçamentário, e estamos justamente fazendo o impacto desse incremento de despesa na conta atual, na Lei de Responsabilidade Fiscal, mas este assunto está pautado e está sendo discutido. Na última reunião do Comitê, inclusive, ele foi pauta; não finalizamos, não concluímos o assunto, não deliberamos nem sim, nem não, ele ainda tem outros aspectos, outras informações ainda a adentrar, mas está sendo tratado dentro do Governo.

O Ver. Roberto, que fala sobre a questão do CGU, sim, pode ser que tenhamos ainda o oitavo lugar no cenário nacional, mas, pelo segundo ano consecutivo, Porto Alegre, dentro do Estado, recebeu o prêmio transparente do nosso TCE. Então, pelo segundo ano consecutivo, nós fomos o Portal de Transparência que melhor cumpre com os requisitos analisados pelo Tribunal de Contas do Estado. O Portal de Transparência está na minha Secretaria; nós fazemos o avanço dessa ferramenta, sabemos da complexidade que se tem. Até porque nós estamos em um patamar acima de 90 pontos, a nossa nota está beirando 95 no conjunto de pontuação. Portanto, incrementar mais cinco pontos em cem é muito difícil. Se já foi difícil chegar aos 95, ter incremento qualitativo em tão pouco espaço é bastante difícil. Mas estamos perseguindo e vamos continuar perseguindo a transparência máxima.

A Ver.ª Jussara também salientou a questão do Plano de Carreira em relação à saúde pública. É muito bom ouvir a sua análise, porque, realmente, é no Município que bate, é no Município que se dá a responsabilidade. Somos nós, que estamos aqui trabalhando para a Cidade, que sofremos a pressão diária. Acho, sim, que não só temos que dar ênfase à área da saúde, como às demais áreas, principalmente à educação, à assistência social, que trabalham num conjunto integrado, uma vez que há o SUS, o SUAS, e a educação é pautada num regime federativo, nós temos que discutir essas políticas de forma integrada. Concordo plenamente com a senhora que a visão não pode ser circunscrita à nossa realidade, mas que tenhamos condições de fazer toda essa integração com os demais órgãos e dar uma atenção e uma pauta específica para a área da saúde. Eu concordo que nem sempre conseguimos cem por cento em tudo que fazemos, porque é muito difícil, mas temos perseguido qualificar bastante essas áreas.

Quando à Lei do Assédio, temos discutido isso internamente no Comitê de Política Salarial e nas políticas públicas do próprio programa que temos, Você Servidor, em que analisamos todas as políticas que impactam o servidor público; tem sido pautado, e, na medida do possível, temos avançado nessa questão.

E também me chamou muito a atenção a sua fala sob o ponto de vista dessa questão da diversidade de gênero, ou, enfim, todas as nossas diferenças. E eu acho, Vereadora, que é primordial, porque é na educação que a gente forma o indivíduo, é lá no início que a gente faz a formação e é lá que a gente coloca as crenças, é lá que a gente estrutura a mente e, muitas vezes, o próprio coração das pessoas, que interfere na personalidade. Então, sim, nós temos que saber trabalhar esses conceitos todos; temos trabalhado internamente a questão, temos inclusive um programa que trabalha toda essa questão de igualdade e diversidade, seja ela qual for. Temos focado bastante nessa política. Claro, Vereadora, ainda temos questões pontuais, significativas essa sua lei, para que a gente avance. E não só avance, mas que a gente garanta, porque, às vezes, avançamos, mas, não tendo uma questão legal, poderemos retroceder. E a questão legal, eu acho que, além de avançar, ela garante o futuro. Então, nesse sentido vou passar também para a Secretária Cleci.

Ver.ª Sofia, a questão do servidor versus terceirização. Aqui, se tu me permitires, Ver.ª Sofia, é uma discussão que se dá em todos os níveis – Estadual, Municipal e Federal. É o equilíbrio que temos que ter do Estado – falo aqui estado no sentido amplo da palavra. Nós temos uma Lei de Responsabilidade Fiscal que está diuturnamente focando o quanto podemos ter de incremento frente às receitas de gasto com o servidor público. Então, essa discussão é legítima, ela é fundamental. E nós temos que ver como a gente consegue transitar nesse sentido – e aí uma discussão bastante forte até em nível nacional: quais são as políticas de que jamais poderemos abrir mão; quais são os servidores de que jamais poderemos abrir mão de ser de carreira, de ser servidor público; e quais, em uma hipótese, poderia haver a possibilidade de contratação. Essa pauta está pipocando no Brasil inteiro, tenho acompanhado algumas discussões, e, sim, há uma discussão bastante significativa. E, aí, permitindo-me essa visão já mais sistêmica, é difícil, daqui a pouco, compor um Município, ou um Estado, ou a Federação, que tenha que ter, sim, seus servidores do quadro, que tenha que ter, sim, um investimento alto na execução das políticas públicas, no desenvolvimento econômico. E como é que isso cabe na receita que ele tem, no valor financeiro que ele tem? Isso é uma discussão complexa. Acho que muitas vezes não passa por vontade; não é vontade político ou ideologia, muitas vezes é força de necessidade de se manter o serviço com a possibilidade que se tem no momento. Mas acho que temos que ter isso bem presente.

Sobre a questão dos ganhos, e a senhora coloca, inclusive, o projeto de lei que está tramitando, também há os dois lados, há a questão interna. E essa discussão a gente tem feito, Ver.ª Sofia. O Ezequiel acompanhou a minha batalha lá, tentando minimizar essas desigualdades internas, mas há uma pressão muito forte também das categorias, das próprias categorias, de permanecerem dentro da estrutura do Município, uma vez que o mercado oferece oportunidades muito melhores. Como é que a gente convive com esses dois mundos? Trabalhar em Administração pública a gente sabe que não é fácil – é difícil, é complexo. Mas temos consciência – o Ezequiel sabe disto – das desigualdades. E o plano de carreira era, Ezequiel, tu sabes da minha fala – desculpe-me a informalidade de chamá-lo de Ezequiel –, no sentido de tentar minimizar isso, mas acho que é uma questão que ainda estamos devendo. Eu colocaria um ponto de atenção, algo que nós temos que perseguir: que o nosso plano de carreira seja mais equânime e dê oportunidade de melhoria para as diversas carreiras – eu concordo com isso. Também que o servidor, com isso, se sinta estimulado, que não fique só voltado à questão das suas necessidades, mas também aos seus deveres, cumprindo com a sua missão dentro da organização. Eu acho importante que nós façamos a discussão disso, que todo o servidor, como eu coloquei a minha apresentação... Eu tenho um sonho de consumo: que todo servidor público fosse, sim, capaz de ser transformador dentro da Administração pública, ele conseguir fazer uma transformação interna para a gente cumprir com todas as nossas políticas. Eu acredito nisso, eu acredito que esse seria o caminho. Então, respondendo a essa questão da aproximação dos salários, a gente aposta muito na questão do plano de carreira. Eu apostei muito e continuo apostando muito que se dê através do nosso plano de carreira.

Eu vou me dar o direito aqui e peço desculpas, mas eu gostaria de fazer uma última fala. Se eu pudesse fazer um pedido, se eu pudesse fazer um apelo, eu gostaria que a gente desse uma atenção redobrada a uma organização, a uma Secretaria que tem, na sua estrutura, funcionários públicos que saíram da sua zona de conforto, que foram trabalhar de forma diferente, de forma a aprender situações distintas da sua carreira, que apostaram que é possível, sim, a gente mudar a gestão pública. Se eu pudesse fazer um pedido, eu diria assim: não abram mão dessa estrutura, independente de quem esteja à frente dela. Mas não abram mão de ter esses servidores com uma carreira, com uma responsabilidade, com uma missão tão importante e de tanto valor. Eles estão realmente batalhando não é em nome próprio, mas eles estão, realmente, querendo fazer a diferença dentro da organização.

Agradeço a oportunidade e, em especial, eu quero agradecer ao meu quadro, a minha equipe. Também não adiantaria eu estar lá, se eu não tivesse os meus parceiros e os meus companheiros, que aguentam as minhas maluquices e as minhas exigências. Muito obrigada a vocês e agradeço também a todos os meus companheiros lá. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Secretária, pelo seu comparecimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, eu sei que estou em tempo inadequado, mas eu quero, em nome da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul desta Casa, como Presidente da Comissão, agradecer à Secretária Izabel Matte pela compreensão que teve depois de um belo diálogo sobre o orçamento da nossa Casa. Eu quero agradecer pela sensibilidade, realmente, a senhora adequou o nosso orçamento. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Vereador.

A SRA. IZABEL MATTE: Eu que agradeço.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Agradecemos a presença da Secretaria, dizendo que esta Casa está sempre à disposição para recebê-la. Obrigado, Secretária.

 

A SRA. IZABEL MATTE: Obrigada, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Paulo Brum, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaria de pedir a atenção e a licença dos senhores e das senhoras para fazer uma singela homenagem ao ex-Prefeito João Verle, falecido esta semana, de sábado para domingo, deixando grandes lições e que tem uma história importante que marca a nossa Cidade.

Quero aqui relembrar alguns fatos da sua vida, porque acho que, às vezes, a gente tem um Prefeito e não tem ideia de como ele chegou até esse momento. João Verde nasceu em Caçador, Santa Catarina, em 15 de maio de 1940. Veio para Porto Alegre em 1960, onde iniciou o curso de Ciências Econômicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, se formando em 1965. Ele marcou, em Porto Alegre, a sua história como professor, economista, funcionário do Tribunal de Contas do Estado e homem da política. O Prefeito Verle ingressou no Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul por concurso, numa seleção em que ficou em primeiro lugar. Esteve exilado no Chile por um período. Na volta, lecionou a disciplina de economia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Unisinos, onde coordenou o Departamento de Economia e dirigiu a Faculdade de Economia. Também participou da fundação da Associação de Docentes da Unisinos, a Adunisinos. Na época, Verle militou nas entidades da categoria dos economistas, foi vice-presidente da Sociedade de Economia do Rio Grande do Sul e presidente do Sindicato e do Conselho de Economia da 4ª Região.

João Acir Verle ajudou a construir o Partido dos Trabalhadores e, ao longo dos anos, integrou as suas direções, diretórios municipais e estadual. Foi candidato a vice-governador em 1986 e, na eleição de 1988, obteve a primeira suplência da bancada dos Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, desta Câmara Municipal. Foi suplente em 1988, assumiu a titularidade em 1991 pelo seu partido, o Partido dos Trabalhadores. Lembro que Verle era Líder da bancada quando eu era dirigente do Simpa. Vê, Ezequiel, quantos embates tem aqui entre o Simpa e os Vereadores até hoje. Eu era dirigente do Simpa, e Verle, Líder da Bancada do PT. Recebeu, sim, desta Vereadora – na época, dirigente sindical – muita críticas e pressões sobre projetos, como quando da criação da GIT, lembro bem; e sobre as greves, que, mesmo estando o nosso partido no Governo, fizemos. Verle foi indicado pelo Prefeito Olívio Dutra e ocupou a Secretaria da Fazenda do Município – foi o primeiro Secretário do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre –, cargo que deixou em 1992, para candidatar-se a mais um mandato na Câmara. Reelegeu-se Vereador da Capital e, em 1996, foi novamente eleito Vereador, de onde se afastou para assumir o DEMHAB – Departamento Municipal de Habitação, cargo que ocupou até o final de 1998.

Estou falando em nome do Ver. Pujol, e em nome do Ver. Airto, do PSB, e fico muito honrada por isso. Durante o governo estadual de Olívio Dutra, João Verle assumiu a presidência do Banrisul – Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Em maio de 2000, renunciou para disputar a Prefeitura de Porto Alegre como Vice-Prefeito. Em 4 de abril de 2002, diante da renúncia do Prefeito Tarso Genro, assumiu a Prefeitura Municipal, onde exerceu o cargo por 33 meses, até o final do mandato.

Eu quero terminar esta homenagem ao Prefeito João Verle com palavras que escrevi no Face no dia da sua morte: eu tive a honra de ser a sua Secretaria de Educação; tinha sido Secretária Adjunta no Governo Raul Ponte, fui Secretária no Governo...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Neste último minuto, falando também em nome do Ver. Clàudio Janta, quero dizer que eu conhecia um Verle conciso, sério e competente. Como Secretária de Educação, confirmei essas e outras qualidades, como alguém amoroso, divertido, muito humano e solidário. Então, nos orgulhamos da trajetória do ex-Prefeito João Verle. Vocês viram que fiz questão de ler o quanto ele lutou para se tornar um economista muito respeitado, muito capaz, Prefeito da nossa Cidade, que investiu na democracia participativa, na democratização e na sanidade financeira da nossa Cidade. Então, a ele a nossa homenagem. Muito obrigada a todos que se somaram e contribuíram para uma vida tão feliz e tão importante.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, colegas, funcionários desta Casa, senhoras e senhores que nos assistem aqui e através da TVCâmara, gostaria de saudar também os lojistas, os comerciantes, os sindicalistas, pessoas que prezo; o Sindicato dos Varejistas, a CDL, pessoas que prezo muito e pelas quais tenho um grande respeito; toda vez que os visito digo que eles também fazem segurança pública, porque o emprego é uma das maiores bases da segurança pública; emprego e educação. Venho aqui hoje, neste momento, para homenagear o meu partido, que está de aniversário, o PDT. E agora saúdo, com muita honra, o meu querido Deputado cassado, amado por todos nós trabalhistas, meu querido Ney Ortiz. (Palmas.) Gostaria de saudar também outro grande militante do partido que é o Pedro Henrique, aqui presente, do qual tenho muita honra em ser seu amigo, por tudo que tem, nessa trajetória de pedetista, tentando me repassar, e esse convívio que temos há algum tempo. Também gostaria de parabenizar Altemir Mello, grande militante; e o meu querido Joãozinho, liderança da juventude do PDT. Neste momento, também, quero parabenizar toda a minha bancada, em nome do nosso jovem líder, Ver. Márcio Bins Ely, e dizer que hoje é um momento muito especial para mim. Quando eu estava subindo à tribuna, meu amigo Idenir – grande amigo, pessoa que gosto muito, meu querido gringo batalhador, e eu sei que a recíproca é verdadeira – disse: “Hoje é o teu dia aqui!” Então, hoje juntou o dia 12, número do meu partido, eu terei a honra de homenagear o meu partido e, posteriormente, lutar por algo em que, nós, militantes negros, acreditamos muito, nós, militantes trabalhistas, acreditamos muito. Nós temos aqui o Estatuto do PDT (Mostra Estatuto) e creio que é único estatuto partidário que inclui, no seu art. 1º, a defesa das mulheres, dos trabalhadores, dos indígenas, dos sindicalistas e dos negros. Está aqui no nosso partido! Um partido de luta e que tem, na sua bandeira, na sua maior bandeira, a educação! Um partido que tem a ideologia de transformar cidadãos, e o mais importante, cidadãos pensantes, para que possam modificar esse País, e eu tenho muita honra de estar na fileira desse partido. Hoje nós vimos algumas situações e, nós, como políticos, nos sentimos, muitas vezes, constrangidos, principalmente os Vereadores. Os Vereadores são uma ligação direta com a sua comunidade, os Vereadores são mais cobrados porque estão sempre presentes. Eu tenho tido uma atuação, que chamo de mandato vivo...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. DELEGADO CLEITON: ...de estar presente nas comunidades de Porto Alegre. Então, saúdo todos os ícones do meu partido: Darcy Ribeiro, Brizola, Getúlio, Abdias Nascimento. Muitos não conhecem o Abdias, porque a história, na maioria das vezes, é contada pelos vencedores. Nós temos uma lei que foi promulgada para contar a história dos negros, a influência dos negros na história do Brasil. (Palmas.) E eu duvido muito que alguns conheçam. Muitas vezes, o meu querido Prefeito – tenho muita honra de estar exercendo o meu mandato com ele – Guilherme Socias Villela me abastece com algumas questões raciais, alguns poemas, alguns vídeos. Muitas vezes, crianças negras não conhecem os seus heróis que transformaram esta Nação e que ainda transformam esta Nação, os verdadeiros trabalhadores. Vida longa ao PDT!

Também estão aqui presentes a Eni e o Getúlio, militantes do povo negro do PDT. Vida longa a estes guerreiros pedetistas, que trazem na sua história...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, todos que nos assistem, eu só não cedi os meus cinco minutos de comunicação de líder ao Ver. Delegado Cleiton porque eu comecei minha vida política no PDT e não poderia deixar de vir a esta tribuna. Quando me filiei ao PDT, eu me lembro, encontrei com o Sr. Brizola, nosso grande estadista, eu conversava com ele e eu já trabalhava nas periferias há 16 anos, com as crianças, tentando formar cidadãos – porque não eu não formo jogadores de futebol, tentamos formar cidadãos. Eu não poderia deixar de trazer o meu agradecimento ao PDT. Parabéns ao PDT pelos 39 anos. Escolhi o PDT porque eu aprendi, na minha vida, desde a infância, adolescente, na minha juventude que a educação representava um pedaço muito grande do PDT, por isso essa foi a minha escolha. Lembro que eu disse ao Sr. Brizola que eu gostaria de entrar nesse Partido porque eu tinha um trabalho que unia educação e esporte – os dois andam juntos. Educação e esporte. Esporte é companheirismo, respeito, humildade e reforça tudo aquilo que a gente aprende em casa. Então, venho aqui, e hoje eu estou no PSB – é a opção de cada um de nós, Vereadores -, com o coração emocionado, porque sempre que ouço falar do PDT revelo que é um Partido pelo qual tenho amor e um carinho muito grandes. Assim, quando comecei, lá embaixo, com o futebol, aquele que abriu as portas para mim, que me acolheu, que me mostrou o caminho do mundo do futebol, do Maracanã, do Campeão do Mundo, da Seleção Brasileira, foi o América Futebol Clube, um time bem pequeno, pouco conhecido, mas que a gente não pode esquecer. O meu passado eu não vou esquecer nunca. Sempre que eu estou caminhando, eu sempre olho para trás para ver donde eu vim e quem eu quero ser. Então, o PDT, para mim, é muito importante. E assim eu falo do Grêmio, time com o qual eu sonhei, e, graças a ele, tive meu sonho realizado. Eu tenho uma gratidão muito grande tanto com o povo gaúcho como pelo torcedor do Grêmio. Então, eu fico muito contente, Delegado Cleiton, com essa homenagem, e Oxalá que sempre sejam iluminados o caminho e a bandeira do PDT. Eu sempre serei um admirador do partido, seja na política ou fora dela. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Ezequiel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria, inicialmente, anunciar aqui um convite para o Projeto Movimento Popular Restinga, Religiões de Matriz Africana, na Semana da Restinga, no Dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, das 20h às 22h, na Esplanada da Restinga. Foi um convite feito por Cristiane Machado e Jairo Santos, que militam no Movimento Negro da Restinga e da Capital dos gaúchos.

Quero aqui saudar um grande lutador que está aqui presente hoje, nesta Casa, Juliano Fripp, líder comunitário, líder da luta pelas ocupações de Porto Alegre, pelo qual eu tenho um grande orgulho.

E quero aqui, Presidente, demais Vereadores e Vereadoras, deixar registrado que, na apresentação da Secretária Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento, Izabel Matte, fizemos algumas indagações e alguns questionamentos que ela respondeu, na verdade. Mas aí não pudemos ter a réplica, porque seria necessário um debate maior sobre o que foi colocado aqui pela Secretária.

Quero afirmar que os servidores municipais de Porto Alegre estão há mais de cinco anos debatendo um plano de carreira que contemple todo o serviço público municipal da Capital. Quero dizer que a Prefeitura fez uma licitação e contratou a Consultoria Quântica RH para elaboração desse plano de carreira. Pois, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quando essa empresa foi contratada pela Prefeitura, a Prefeitura retirou do debate a representação dos servidores municipais, ou seja, retirou do debate o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre. Portanto, eu faço uma cobrança aqui ao Prefeito de Porto Alegre e a toda estrutura de Porto Alegre: tem que trazer para o debate do plano de carreira dos servidores a representação dos servidores, que é o seu sindicato! Não é possível que essa elaboração de um plano de carreira tão importante aos servidores seja conduzida, elaborada e concluída por uma empresa que foi contratada pela Prefeitura. Quero aqui deixar esse registro.

E quero dizer mais: os servidores da saúde, em 2010, depois de um amplo debate, de um amplo seminário que foi realizado lá no Simpa com a participação de mais de 100 servidores, que ficaram lá sábado e domingo elaborando um plano de carreira, concluíram esse plano, levaram-no até a Prefeitura, no final de 2010, e até hoje não tiveram nenhuma resposta da Prefeitura de Porto Alegre. “Ah, mas era outro Prefeito”. Sim, mas esse é continuidade daquele, era o Prefeito Fogaça que também era do Governo Fortunati, portanto, estamos falando do mesmo Governo.

Senhoras e senhores, quero dizer para vocês que é muito grave o que está acontecendo na Prefeitura, porque ao mesmo tempo em que não concluem um plano de carreira, por outro lado, a Prefeitura executa um processo divisionista entre os servidores. Várias categorias, mas poucas, não é o conjunto da categoria... São 20 mil servidores municipais, mas a Prefeitura está preferindo tratar do plano de carreira ponto por ponto com algumas categorias. Os auditores fiscais da Fazenda ganharam aqui, nesta Casa, um plano de carreira diferenciado. Já entrou nesta Casa um plano de carreira específico para os procuradores, e assim tem acontecido, é o que a Prefeitura tem feito. Enquanto que os milhares de servidores que estão na Educação, os milhares de servidores que estão na Saúde, no DMAE, no DMLU e em diversas outras Secretarias não estão contemplados! Para esses a Prefeitura manda uma empresa fazer o plano de carreira!

Então, quero deixar este registro. Nós não aceitamos essa condução de debate que está fazendo a Prefeitura! Tem que chamar os servidores, tem que chamar o Sindicato dos servidores municipais de Porto Alegre! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quero saudar alguns dos companheiros e companheiras que estão prestigiando a nossa Sessão: Pai André de Ogum, Vice-Presidente da Cedrab, Conselho Negro, Unegro, Pai Getúlio de Ogum, Dema de Iansã. Quero saudar a Eni e os companheiros do PDT que estão aqui. Eu venho a esta tribuna, Delegado Cleiton, em nome da liderança do PCdoB, mas em nome do meu partido, Partido Comunista do Brasil, em nome da Direção Nacional do nosso partido. Quero dizer que a história sempre é nossa aliada, pelas transformações e para a gente resgatar o significado da democracia, da soberania, dos direitos do povo, o significado de instituições democráticas, como as entidades que estão aqui: entidades sindicais, entidades comunitárias, entidades da luta dos negros e das negras, das mulheres, da juventude, entidades de massa e partidos políticos. Tenho muito orgulho de ter nascido de uma família de comunistas, de ter nascido de uma família onde o meu avô foi, na fronteira Oeste, dirigente do Partido Comunista do Brasil; onde o meu pai, ferroviário, também dirigente. Minha mãe morreu muito cedo; minha tia, uma grande militante que, depois, veio para Porto Alegre, na década de 1950, e aqui deu uma vazão enorme à sua militância, inclusive dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na primeira turma da Escola de Enfermagem da UFRGS e daquele movimento estudantil que já previa, na sua luta, os acontecimentos vindouros. Venho aqui, então, como comunista, como feminista, como democrata, comemorar junto com os companheiros e companheiras, em nome do meu Partido, o PCdoB, os 34 anos do Partido Democrático Trabalhista, do PDT; e parabeniza a todos aqui através do Ver. Delegado Cleiton.

Quero comemorar também os muitos anos antes, pela política, pela ideologia, pela luta de homens e mulheres que comungaram, a seu tempo histórico, com os ideários hoje representados pelos companheiros e pelas companheiras do PDT. Já fiz a referência, através do cumprimento ao Ver. Delegado Cleiton e também a toda Bancada do PDT, mas, de uma forma muito particular, às mulheres do PDT. As companheiras que, por exemplo, através da sua entidade, a AMT, no último fim de semana, fizeram uma grande frente conosco, na Conferência das Mulheres, no sentido de levar aquela Conferência para a grande política, porque ali está também a emancipação da sociedade. Companheiras do PDT que a nós se juntaram, juntaram-se aos setores democratas, patriotas, que estavam na Conferência, todas como delegadas, para dizer que nós queremos “Fora Cunha”; para dizer que não queremos o golpe, porque golpe nesta Nação não, e para dar sustentação a todas as lutas dos movimentos sociais, libertárias, para que a gente construa uma verdadeira democracia e faça uma reforça política democrática, ampla, que absorva as mulheres e que absorva as diversidades da Nação brasileira, que são a nossa maior riqueza. Quero dizer que venho de um passado, em que tive a honra de militar e de ser dirigida, no Movimento da Legalidade, tanto por um homem como o João Amazonas, Presidente do nosso partido, na clandestinidade, para lutar pela Legalidade; por um homem como Leonel Brizola, na luta para evitar já, naquele momento, o golpe e para dar constitucionalmente a garantia de que o Vice-Presidente eleito tomasse posse no Poder. De mulheres como Quita Brizola, como Lícia Peres, Dilma, Mila Cauduro na luta histórica das mulheres brasileiras na fundação dos Comitês Femininos pela Anistia, mulheres companheiras do PDT, que, junto conosco do PCdoB e as companheiras do PT, deram vazão à luta nos Comitês Femininos pela Anistia, criando os Comitês Brasileiros pela Anistia. Mulheres de homens dos companheiros do PDT que lutaram contra a ditadura, que lutaram pela redemocratização deste País, que Brizola, num momento estratégico da luta deste País, do Fora Collor, fizemos uma frente ampla de democratas, de patriotas para eleger um primeiro presidente operário deste País, para dar início a um projeto nacional de desenvolvimento econômico, com justiça social, com soberania e com democracia, que ainda falta muito a fazer, mas que fez muito.

Então, longa vida ao PDT! Longa vida aos homens e as mulheres deste partido, porque, como comunista do Partido Comunista do Brasil, tive a honra de com eles conviver, de com eles lutar pela grande Nação brasileira. Um abraço aos companheiros do PDT e, de uma forma particular, às mulheres lutadoras do Partido Democrata Trabalhista.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, comerciantes e comerciárias, demais convidados, primeiro, Ver. Delegado Cleiton, quero cumprimentá-lo pela homenagem ao PDT. Cumprimentos a V. Exa. e ao PDT.

Agora, eu queria falar de um projeto importante que V. Exa. apresentou. É tão importante o seu projeto, Delegado Cleiton, sobre a consciência negra, que vejo que, ao lado dos comerciantes, nós temos o seu cartaz, lá em cima, homenageando o Brizola e o senhor também. Acho que isso demonstra a democracia em se que vive nesta Cidade, aqui nesta Casa. E eu tenho certeza de que nós vamos chegar ao final desta votação de uma maneira que contemple a todos. Eu sei que o senhor teve e tem a convicção de se homenagear, de se falar e de se conscientizar sobre a importância e a participação do negro no Brasil, no Estado e na cidade de Porto Alegre. Mas eu tenho a consciência e o dever também de dizer que nós concordamos com essa homenagem, apenas queremos dialogar – como diz o Ver. Comassetto, dialogar um pouquinho – sobre a data dessa homenagem oficialmente. Nós sabemos, e o Brasil todo sabe, que dia 20 de novembro é a data em que se homenageia a negritude no Brasil. Acho que essa data foi escolhida por quem de direito deveria escolher. No Brasil todo se comemora no dia 20 de novembro, mas no Brasil todo não é feriado, somente em algumas cidades. E aqui eu preciso ser o porta-voz de uma grande parcela da população, e não somente de comerciante e de empresários não, (Palmas.) é de quem trabalha, de quem gera emprego, de quem precisa trabalhar – os tarefeiros, as pessoas que trabalham por metro, as pessoas que trabalham por empreitada, seja o nome que se dê. Se tirar um dia a mais do seu trabalho, do seu rendimento, vai fazer muita falta no fim do mês. E eu quero aqui dizer, Ver. Cleiton – meu querido amigo Ver. Delegado Cleiton – que nós estamos propensos e acordados, uma parte importante dos Vereadores desta Casa, de votar favoravelmente ao projeto de V. Exa. incluindo apenas a emenda do Presidente desta Casa, Ver. Mauro Pinheiro, que diz: “Que se comemore essa data importante no terceiro domingo”, que fica próximo do dia 20. Eu me comprometo, com a minha Bancada, com muitos Vereadores de outras bancadas, de várias bancadas aqui desta Casa, de, aprovando esta emenda, aprovar o projeto. E toda a Cidade poderá, de comum acordo, festejar a Consciência Negra em Porto Alegre como se comemora em todo o Brasil, algo que é de direito. Por isso quero fazer um apelo fraterno e de coração, para que cheguemos a esse consenso de aprovarmos a emenda do Ver. Mauro Pinheiro, assim aprovaremos o projeto como está, só que com a emenda incluída, passando para o terceiro domingo do mês, que fica próximo ao dia 20. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Vereador.

Apregoo o Ofício nº 1218/15 do Gabinete do Prefeito. (Lê.) “A Sua Excelência o Senhor Mauro Pinheiro, Presidente da Câmara Municipal. Senhor Presidente, cumprimentando-o cordialmente, comunico a Vossa Excelência e demais Edis, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que deverei ausentar-me do Município das 19h34min do dia 13-11-15 às 17h52min do dia 17-11-15, ocasião em que participarei de reunião com o Prefeito Márcio Lacerda e, ainda, evento que abrangerá o Fórum Vida Urbana: Reflexões sobre o Futuro das Cidades na condição de painelista do Painel 1 - Cidades de valor e espaços públicos: atração de pessoas talentosas, criativas, inovadoras e estratégias para desenho e gestão de espaços para uma cidade mais amigável. O ônus para o Executivo será de uma passagem aérea para o trecho POA/Belo Horizonte/POA e a concessão de 2 (duas) diárias. Registro, por oportuno, que na vacância assumirá o Senhor Vice-Prefeito, Sebastião Melo. Atenciosamente, José Fortunati, Prefeito”.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Ver. Paulo Brum, Vereadores e Vereadoras, também quero, em nome da Bancada do Partido Progressista, cumprimentar o PDT pelo seu aniversário, cumprimento também o Ver. Delegado Cleiton, que é o proponente desse espaço comemorativo ao 39º ano do Partido Democrático Trabalhista.

E também hoje temos um projeto importante do Ver. Delegado Cleiton. Nós somos seguidamente parceiros, mas a gente também tem que votar em nome da Cidade, que é extremamente importante. E eu tenho aqui, senhoras e senhores, um breve apanhado, um ofício da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, dizendo que um feriado em Porto Alegre deixa de gerar uma receita de R$ 23,8 milhões, que representam 0,4% da riqueza gerada ao longo do ano. Vejam, a indústria deixa de gerar uma receita que irá aumentar o PIB em R$ 23,8 milhões. (Palmas.) O comércio deixa de gerar uma arrecadação de 3,33% sobre o faturamento mensal, ou seja, aproximadamente, R$ 20 milhões deixam de ingressar no faturamento das empresas e, por consequência, deixam de gerar impostos, que os impostos são distribuídos pela Prefeitura para o bem-estar social da comunidade. Também a área de serviços deixa de gerar receita, deixa de gerar desenvolvimento para as comunidades. Então, nós já temos dois feriados no mês de novembro. Um terceiro feriado em dia de trabalho é um problema extremamente sério. (Palmas.) O Ver. Delegado Cleiton e com o Ver. Tarciso Flecha Negra são organizadores da Semana da Consciência Negra aqui, em Porto Alegre, patrocinado por esta Casa, com um valor orçamentário devido para a Semana da Consciência Negra. A Semana da Consciência Negra já não é uma semana, são duas semanas: começa exatamente no dia 13, e aqui está na página da Câmara, em destaque, a foto do líder Zumbi dos Palmares com toda a programação da Semana da Consciência Negra, que é há muito tempo festejada aqui nesta Casa, Ver. Tarciso, também sob sua organização, juntamente com o Delegado Cleiton. Então temos várias atividades, e nós já temos, no recinto desta Casa, vários pontos que homenageiam a consciência negra.

Então nós temos uma alternativa importante que não vai prejudicar a sociedade e vamos, realmente, homenagear a consciência negra e a religiosidade afro com um feriado que será destinado, pela emenda do Ver. Mauro Pinheiro, para o terceiro domingo do mês de novembro, ou seja, atende exatamente ao que o Ver. Delegado Cleiton pretende, um feriado para homenagear todas essas entidades.

Eu devo dizer, Ver. Cecchim, que...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: ...o valor orçamentário é da ordem de R$ 44 mil dentro do orçamento da Câmara de Vereadores. Então eu solicito aos Srs. Vereadores que aprovem a emenda do Ver. Mauro Pinheiro, que dá uma alternativa importante para nós aprovarmos esse feriado. Obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; senhoras e senhores que nos assistem nas galerias e através da TVCâmara, eu quero aqui saudar todos os trabalhistas; o partido pelo qual eu cheguei a esta Casa, fui candidato a Vereador, me elegi, na cidade de Porto Alegre. Hoje, foi feita uma homenagem a sua fundação.

Depois, vou poder falar sobre o projeto do Dia da Consciência Negra, sobre os seus prós e contras, sobre a questão do feriado, mas vou usar o meu tempo de liderança para falar sobre o projeto que está tramitando nesta Casa e que está sendo discutido através da imprensa. Era para ter sido votado na semana passada, e eu concordei em adiá-lo.

Ontem, a Empresa Pública de Transporte e Circulação recebeu o representante de um aplicativo, aqui na Cidade. Um dos representantes da Empresa Pública de Transporte e Circulação, que, hoje, tinha um debate comigo, numa rede de TV, não veio participar do debate, dizendo que não cabe a esta Casa fazer lei. O que cabe a esta Casa fazer, Sr. Presidente, Ver. Cecchim, Ver. Ferronato, Ver. Paulo Brum? Eu quero saber o que cabe a esta Casa fazer, porque o Sr. Marcelo Soletti, da EPTC, diz que não cabe a esta Casa fazer lei, que não cabe a esta Casa discutir a questão do transporte coletivo de Porto Alegre, que não cabe a esta Casa discutir o transporte dos passageiros da Cidade.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Peço a colaboração de todos. Sejam todos bem-vindos, ocupando os lugares nas galerias. Temos a continuação da fala do Ver. Clàudio Janta da tribuna.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Então, Sr. Presidente, se não cabe a esta Casa discutir a regulamentação do projeto de transporte remunerado de passageiro particular em Porto Alegre, o que cabe a esta Casa? O que cabe a esta Casa? Estranhamente nós fizemos uma audiência, na CUTHAB, e o Secretário da EPTC estava lá e disse para nós que o representante de um aplicativo desses - que eu não vou fazer propaganda aqui -, disse, em Belo Horizonte, que não se instalaria em Porto Alegre, porque a nossa lei, a nossa legislação era muito rígida, a nossa legislação é muito firme, e agora veio um aplicativo querendo se instalar aqui, sendo que é contra a lei, porque se permitirem que eu instale o meu carro particular num aplicativo e eu sair e fizer transporte de passageiro em Porto Alegre, senhores lojistas que aqui se encontram aqui, permite a mim instalar uma loja ao lado da loja dos senhores; permite a mim – eu sou relator de um projeto do Ver. Nedel – fazer uma feira em Porto Alegre e vender produtos sem precisar de autorização da SMIC. Se isso aqui vai virar uma terra sem lei, vai virar uma terra sem lei! Então, não adianta o Sr. Marcelo Soletti vir com sua arrogância e prepotência – não sei qual é o interesse dele – dizer que não cabe a esta Casa fazer lei. Cabe a nós, sim, senhor, apresentar lei; cabe aos 36 Vereadores desta Casa dizer se aprovam ou não a lei, cabe a nós fazer lei. E a Procuradoria desta Casa deu parecer favorável a essa lei que foi feita por este Vereador, que proíbe o transporte remunerado de passageiros em veículos particulares cadastrados por aplicativos ou plataformas semelhantes em Porto Alegre. Nós temos dois aplicativos que cadastraram motoristas de táxi em Porto Alegre. Têm problemas nos táxis de Porto Alegre? Têm. Ninguém nunca escondeu isso. Agora, permitir que pessoas particulares, quando não têm nada para fazer, cadastrem seu carro em num aplicativo e

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde. Queria cumprimentar o Presidente desta Casa, e o público que está aqui, hoje, conosco. Ver. Clàudio Janta, escutei atentamente à sua manifestação. Eu acho que alguns, ou a maioria dos Vereadores, devem ter escutado o Prefeito Fortunati na Rádio Gaúcha – se eu não me engano foi na segunda ou terça-feira –, quando perguntaram para ele sobre esse aplicativo que tu não falaste o nome e eu também não vou falar para não fazer propaganda. Ele foi muito direto em relação à lei que existe na cidade de Porto Alegre. Eu não tenho dúvida nenhuma de que ele respeita esta Casa, Ver. Cassio, e se esta Casa decidir apresentar um projeto de lei como o senhor já apresentou o projeto de lei, nós vamos discutir, sim, e vamos debater, cada um com as suas ideias. O Prefeito Fortunati reafirmou, na entrevista, e nós temos visto em páginas dos jornais desta Cidade, a posição da EPTC em relação a isso. Eu realmente vou procurar escutar a entrevista da qual V. Exa. falou, do Marcelo, que hoje substitui o Secretário Cappellari, que está de férias, para verificar essa colocação e, sem dúvida nenhuma, entraremos em contato com o Governo, porque esta Casa é autônoma, e os Vereadores têm, sim, que ter toda a tranquilidade e autonomia para apresentar um projeto que entendem importante para a Cidade.

Se, depois, a Procuradoria do Município entender que o projeto é constitucional ou inconstitucional, isso vai ser apresentado ao Prefeito, e o Prefeito mandará para cá o veto ou não. Agora, esta Casa tem, sim, o direito de debater as políticas da nossa Cidade.

Quanto a esta questão dos taxistas em Porto Alegre, Ver. Clàudio Janta, o senhor é um exemplo, pois, quando tivemos um problema em relação a eles, o nosso Vice-Prefeito, Sebastião Melo, nos recebeu na Prefeitura, no Paço Municipal, escutou os Vereadores que tinham interesse no assunto e buscou as providências necessárias. Essa categoria vai receber muito respeito e vai ter muito diálogo nesta Casa.

Em relação a esses aplicativos que estão chegando nas cidades do Brasil inteiro, eles terão que conversar, sim, com o Município, mas terão, também, que conversar com esta Casa.

Esta é a nossa manifestação para tranquilizá-lo. Conversaremos com o Diretor da EPTC sobre esta fala, que eu tenho convicção de que não foi a mesma do Prefeito durante esta semana, se isso aconteceu. Não tenha dúvida de que vamos entrar em contato com o Governo para tratar deste assunto. O seu projeto está em pauta, V. Exa. pediu adiamento por cinco Sessões, já devem ter passado de duas a três Sessões, e nós estaremos debatendo o projeto nesta Casa, que é autônoma e tem todo o direito – não só o direito, mas o dever – de debater e discutir sobre isso, porque há uma lei municipal que regulamenta essa profissão e regulamenta esse serviço na Cidade. Quem quiser chegar na nossa Cidade será muito bem-vindo, mas vai ter que ser dentro da regulamentação e das regras que esta Cidade tem e que esta Casa aprovou e o Prefeito sancionou.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Só para esclarecer, deixar bem claro aqui: eu vi a entrevista do Prefeito, vi a entrevista do Cappellari, e quero registrar aqui que nenhum dos dois se referiu a esta Casa, nenhum dos dois se referiu à liberação de aplicativos. Quem falou mal desta Casa, quem se referiu a esta Casa foi o Sr. Marcelo Soletti. Estou pedindo à minha assessoria que busque as gravações, Vereadores já disseram que viram a entrevista desse cidadão. Quero registrar aqui que em nenhum momento o Prefeito de Porto Alegre ou o Secretário falaram mal desta Casa. Quem falou mal desta Casa foi o Sr. Marcelo Soletti.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Solicito formalmente ao Ver. Clàudio Janta que possa nos entregar essa gravação para que possamos encaminhá-la ao Sr. Prefeito Municipal.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Feito o registro. Conforme acordo de Líderes, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Imediatamente abriremos uma Sessão Extraordinária para tratar das matérias acordadas.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h48min.)

 

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